Hoje é chique ter um guarda-roupa enxuto. Primeiro porque você está consumindo menos matéria-prima do planeta. Segundo porque você conseguirá usufuir melhor o que já tem, sem deixar roupas encalhadas no armário por anos a fio. E vai naturalmente aprender a fazer mais combinações com as peças que tem disponíveis à mão. A visão antiga de que para cada festa você tem que ter uma roupa nova faz parte de uma cultura insustentável, diz Maluh Barciotte, consultora do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.
É difícil admitir, mas as pesquisas de comportamento do consumidor comprovam: a maioria das compras é feita por impulso. Faça a experiência: saia de casa sem cheques nem cartão de crédito e vá ao shopping olhar as vitrines. Depois de se interessar por algumas roupas, volte para casa e avalie se elas eram mesmo necessárias 90% das pessoas não retornam para comprar.
Se o bom gosto sugere que você tenha menos roupas, acessórios e frufrus, é de bom-tom aprender a escolher peças de qualidade. O consumidor tem que investigar, não engolir o que está exposto nas araras. Tem que olhar a etiqueta, ver qual é a matéria-prima utilizada e até conversar com o vendedor sobre a origem do produto, diz Marco Sabino, fashionista e autor do "Dicionário da Moda".
Sabe qual é o útimo grito da moda? Reutilizar esses pedacinhos de pano. Vale fazer bazar de trocas de roupas com as amigas. Ou então fuçar o armário da parentada, ver se há indumentárias que podem ser aproveitadas, dar um pulinho nos brechós. A atriz Angelina Jolie fez e aconteceu na pré-estréia de um filme. O motivo? Usava um vestido de brechó, que comprou por poucos dólares. Por aqui a cantora Marisa Monte não surpreende mais os repórteres quando perguntam qual a marca de suas roupas: de brechó é sua resposta freqüente. Não tem marca mais exclusiva que essa: dificilmente alguém vai aparecer com uma peça igual.
Uma boa tática para não deixar que seu armário vire o Memorial das Roupas Esquecidas é a seguinte: sempre que comprar uma peça, retire outra que você não usa mais para doar. A legendária Coco Chanel não se conformava com as mulheres que dispensavam um guarda-roupa inteiro a cada estação. A atitude denota muito dinheiro, mas pouco estilo, concluiu a estilista.
E se mesmo assim você não resiste e vai fazer umas comprinhas, dê uma espiada nas dicas ao lado. Se joga!
Na hora de ir às compras...
- Está um pouco apertado, mas vou levar, preciso emagrecer mesmo. Regra número 1: compre sempre roupas do tamanho certo. Nada de depender de uma mudança física, que pode demorar ou nem vir a acontecer.
- Oba, liquidação! Cuidado com a tentação das peças em oferta nem sempre são o que você realmente precisa.
- A roupa caiu como uma luva, está ma-ra-vi-lho-sa. Vendedoras de lojas adoram bajular. A menos que você conheça bem a vendedora, lembre-se de que só você sabe o que lhe fica melhor.
- Vou levar sem experimentar. Roupa na vitrine ou no cabide é traiçoeira. Sempre prove as peças. Evite também saldões sem provador, para depois não ficar chorando as pitangas de que nada serviu.
- Pode levar, está justo mas vai lassear. Cuidado com a ladainha dos vendedores: o conforto ao vestir deve ser imediato.
- Não sei se combina com meu guarda-roupa... Se você não sabe, é porque não combina. Leva jeito de que vai ficar abandonada no armário esperando uma ocasião que nunca vem.
- É só fazer a barra ou dar uma entradinha na cintura. Se a loja pode fazer o pequeno ajuste, ótimo. Se não, responda rápido: você tem uma boa costureira ou alfaiate? E quer se dar ao trabalho de ir atrás desse ajuste?
- Estou triste, vou ao shopping fazer umas comprinhas. Tsc, tsc, essa não é uma boa maneira de compensar a tristeza. Estudos mostram que a felicidade gerada por uma compra não é duradoura, termina assim que você chega em casa.
- É a última peça, se não levar agora vai acabar... Nunca compre quando você se sente pressionado a decidir no ato. Consultoria: Glória Kalil
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